“Vistam-se com a couraça da justiça” (Ef 6.14).

Você acha justo que alguém sofra violência física e psicológica enquanto trabalha? Acha justo que crianças sejam exploradas? Acha justo que esposas sejam traídas por seus maridos? Acha justo que adolescentes tenham sua vida destruída pelo vício?

Tenho certeza de que você não acha nada disso justo.

Mas preciso lhe informar que existe algo que é capaz de gerar exatamente essas consequências, e muitas outras… Algo que faz parte do dia-a-dia de grande parte das pessoas, e possivelmente da sua também. Estou falando de pornografia.

Será que pornografia é mesmo tão ruim assim?

De fato, existem muitas razões para entendermos que pornografia é sinônimo de injustiça, e existem muitas provas de que ela é causa direta dos males que mencionei.

Mas a questão é que nossa sociedade não considera a pornografia algo tão ruim assim. Num recente estudo realizado nos Estados Unidos, verificou-se que a maior parte das pessoas entre 18 e 24 anos considera que comer demais ou destinar incorretamente o lixo reciclável, por exemplo, sejam atos mais reprováveis do que ver pornografia [1].

Essa falta de compreensão sobre os enormes impactos negativos que a pornografia causa faz com que muitas pessoas acabem consumindo conteúdos pornográficos de maneira leviana. Não compreendem, e por isso a consomem. E, ao consumirem, se tornam cúmplices de muitas injustiças.

Justiça, aos olhos divinos

Para Deus, a justiça é algo fundamental. A Bíblia diz que Deus é justo e ama a justiça (Sl 11.7), que a justiça é um presente que Deus nos dá (Gn 15.6), que ela nos traz paz (Sl 32.17) e que ela é algo digno de celebração (Sl 145.7)!

Além disso, na carta que escreveu aos cristãos de Éfeso, após citar o cinturão da verdade, o apóstolo Paulo menciona a justiça como uma couraça de batalha: mais uma importantíssima arma na nossa luta espiritual.

Mas, para início de conversa, o fato é que nós somos todos injustos.

O próprio Paulo diz que nós ignoramos a justiça que vem de Deus, e procuramos estabelecer uma justiça própria (Rm 10.3).

Isso fica muito claro quando pensamos nas mais variadas justificativas que inventamos para nos livrarmos da culpa por ver pornografia: “eu ando muito cansado/estressado”; “é difícil para alguém como eu, que não é casado”; “se minha esposa estivesse mais disponível, eu não cairia tanto”… E por aí vai.

Ou, então, propomos formas de nos justificarmos pelos erros cometidos. Fazemos promessas para Deus, de um maior nível de consagração, oração, jejum, dedicação ao Reino… Ou fazemos propostas de privação de determinadas coisas de que gostamos, como um castigo pelos nossos pecados.

Em qualquer das ocasiões, exatamente como observou Paulo, nosso principal erro é que continuamos tentando estabelecer nossa própria justiça.

Justos, diante de Deus

Precisamos entender que a justiça vem de Deus.

Isso significa que, diante de Deus, somos injustos. Por isso, precisamos de Jesus – o único justo, que deu sua vida pelo injusto.

Não há formas de nos justificarmos pelos nossos pecados. Não somos justos por causa de nossos esforços para viver uma vida em santidade. Somos feitos justos por Deus, por graça, por Jesus (Gl 2.21).

Com essa certeza, temos liberdade para chegarmos diante de Deus e ouvirmos sua voz. Não uma voz de condenação, mas, por causa de Jesus, uma voz cheia de misericórdia, que nos convida até mesmo para tomarmos parte em sua missão.

Justiça, diante do próximo

Temos um chamado. Jesus nos convida a viver em amor ao próximo, e isso pode ser expresso de inúmeras maneiras. Uma delas, é justamente lutar contra a pornografia.

Lutar contra a pornografia é lutar por justiça, quando reconhecemos as injustiças que ela causa, e compreendemos que somos agentes fundamentais na transformação dessa realidade.

A luta contra a pornografia não é somente uma luta individual, contra um vício pessoal. É uma luta por amor ao próximo, por amor aos relacionamentos, por amor às crianças, adolescentes, jovens e outros nem tão jovens assim, que se veem presos ao vício, é uma luta por amor às vítimas da indústria pornográfica. É uma luta por amor, pois é uma luta por justiça.

Quando somos confrontados com a justiça de Jesus em nosso lugar – o justo pelo injusto – somos impulsionados a dedicar nossos dias a amar o nosso próximo. Nesse processo, continuamos completamente carentes da graça de Deus, e o Espírito Santo se alegra em nos guiar nesse desafio!

O que você pode fazer?

A ideia e a prática da justiça podem nos ajudar de muitas maneiras na luta contra a pornografia. Não como um meio para nos justificarmos diante de Deus. Mas, reconhecendo que nossa justiça vem de Jesus, a justiça se torna uma forma de vivermos o chamado que Deus nos faz, para amarmos o nosso próximo.

Por isso, proteja seu coração com a couraça da justiça! Lute contra a pornografia, lute por amor, lute por justiça! Compartilhe com todos os seus amigos, para que mais pessoas possam se juntar a essa luta!


Confira o próximo estudo da série:

3 razões para pregar o evangelho ao lutar contra a pornografia


Referências:

  1. BARNA. The porn phenomenon. California: Barna, 2016.

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