No Brasil, se tornou conhecida a expressão “manda nudes”, que basicamente se refere ao pedido que uma pessoa faz para que outra lhe envie imagens pessoais revelando sua nudez.
Com uma câmera em mãos, qualquer pessoa pode passar de simples consumidor para protagonista na criação de conteúdo pornográfico. A popularização de smartphones, que conciliam câmeras a uma conexão direta com outras pessoas, por meio da Internet, viu surgir também o fenômeno conhecido como sexting. Esse termo vem da contração de sex (sexo) e texting(enviar mensagens via celular), e se refere ao envio de imagens pessoais, em que o remetente está nu ou seminu. É uma prática muito comum, especialmente para adolescentes e jovens adultos, como confirmam os dados encontrados na pesquisa “Hábitos no consumo de pornografia” (veja figura abaixo).
A pesquisa analisou as respostas de 400 pessoas a diversas questões relacionadas ao consumo de pornografia, relacionamento virtual e nudes(imagens com nudez), e as motivações e sentimentos envolvidos nesses comportamentos. Os resultados revelaram que 70,59% das pessoas entre 13 e 17 anos já viram nudes de alguma pessoa que conhecem.
Os motivos para que uma pessoa compartilhe suas próprias imagens, revelando sua intimidade, podem estar relacionados a impulsos sexuais e desejos por popularidade, bem como a necessidade de satisfazer os pedidos de outras pessoas significativas, como namorados ou pessoas com quem se deseja ter um relacionamento. Conforme os resultados encontrados na pesquisa, mais de 60% das pessoas que já enviaram nudes e pouco mais da metade daquelas que já pediram nudes para alguém fizeram isso no contexto de um relacionamento de namoro (veja figura a seguir).
No entanto, um dos maiores motivadores para essa prática é a própria cultura. “A “autopornografia” é cada vez mais presente em uma cultura “pornificada”, que encoraja e recompensa os impulsos pornográficos. Mulheres como Kim Kardashian, Pamela Anderson e Paris Hilton são exemplos de que expor sua intimidade pode transformar uma pessoa em celebridade” [1].
Diante dessa realidade, muitas pessoas que enviam ou recebem essas imagens não percebem as sérias implicações sociais, legais, emocionais e psicológicas que podem decorrer, principalmente quando as imagens são compartilhadas sem o consentimento da pessoa fotografada. Não são poucos os relatos de vítimas que, devido ao trauma de terem sido violentadas ou à pressão psicológica da exposição, enfrentam repúdio social ou bullying, depressão, e algumas chegam até mesmo a cometer suicídio [2].
O que você pode fazer?
Compreender a realidade sobre o que tem acontecido nos relacionamentos e as pressões culturais que os cercam é fundamental para escolher com sabedoria a pessoa com quem se relaciona. Além disso, também é importante para quem deseja ajudar e orientar quem está mais vulnerável a essas pressões.
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Referências:
- CARLSON, D.; ROSEBORO, D. The Sexuality curriculum and youth culture. Peter Lang: 2011.
- PETERSON-IYER, K. Mobile porn? Teenage sexting and justice for women. In: Journal of the Society of Christian Ethics 33 (2): 93-110, 2013.
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