“Portanto, estejam preparados. Usem a verdade como cinturão.” (Efésios 6.14).

Eu demorei muito para me abrir. Já namorava há uns três anos, e guardava aquele segredo bem no fundo do coração. O problema é que eu sentia muita vergonha pelo meu pecado, e também tinha medo de que nosso relacionamento acabasse, se eu contasse a verdade.

Mas a verdade mesmo é que essas mentiras já estavam acabando comigo e com nosso namoro. Então, finalmente, me abri.

Não foi fácil expor um coração tão sujo. Não foi fácil revelar quem eu realmente era, e o que fazia quando estava sozinho. Não, não foi fácil. Mas foi necessário.

Para minha profunda alegria, fui abençoado com o perdão, minhas atitudes foram aos poucos sendo transformadas, e nosso namoro se tornou casamento.

Você tem medo da verdade?

Essa foi a história que eu vivi. Pode ser que você se encontre em uma situação parecida, afinal, essa é a realidade para milhões de cristãos em nosso país. E não importa quais sejam suas circunstâncias específicas – se você é casado ou solteiro, se é homem ou mulher, se é adolescente ou adulto – existe uma barreira com a qual todos nos deparamos quando decidimos enfrentar nossos pecados: o medo da verdade.

Isso é natural, uma vez que a verdade é que somos pecadores. A verdade é que, por mais que a gente se esforce, parece que não conseguimos sair do lugar. A verdade é que precisamos de ajuda.

Por isso, dando sequência a nossos estudos sobre a “armadura de Deus”, de que Paulo fala em Efésios 6, quero convidar você a refletir sobre o primeiro item dessa armadura tão incrível, que nos permite “ficar firmes contra as ciladas do Diabo”, “resistir no dia mau e permanecer inabaláveis” (Ef 6.10-13): o cinturão da verdade.

A verdade a respeito de Deus

Antes de qualquer coisa, você precisa entender as verdades a respeito de Deus.

A Biblia diz que Ele é o Deus da verdade (Sl 31.5), que sua Lei é a verdade (Sl 119.142) e que sua Palavra é a verdade (Jo 17.17). Mas, acima de tudo, ela diz que ele mesmo é a própria própria Verdade (Jo 14.6).

A Verdade das verdades que, por amor, veio ao encontro dos mentirosos.

Encarnou-se, de verdade. Foi tentado, de verdade. Morreu por nossos pecados, de verdade. Ao terceiro dia ressuscitou, de verdade. O amor dele, por você e por mim, é de verdade.

Jesus disse que, conhecendo a verdade, ou seja, conhecendo ele mesmo, ele nos traria liberdade (Jo 8.32). E essa liberdade vai muito além de uma vida de instintos refreados. É a liberdade de acessar o próprio Deus, receber e viver o seu amor, tendo a certeza de sua companhia em todos os momentos. Diante de Jesus, podemos ser verdadeiros. “Por isso tenhamos confiança e cheguemos perto do trono divino, onde está a graça de Deus. Ali receberemos misericórdia e encontraremos graça sempre que precisarmos de ajuda” (Hb 4.16).

A verdade a respeito da pornografia

Ao olhar para Deus com mais clareza, podemos então ter uma compreensão mais adequada a respeito das coisas criadas – inclusive do ser humano e das coisas que ele faz com o que Deus lhe dá.

A verdade é que Deus criou o sexo. Ele criou cada terminação nervosa em nosso corpo e cada hormônio em nosso cérebro, dando-nos a oportunidade de experienciar o prazer sexual. Tudo isso faz parte daquilo que ele mesmo definiu como “muito bom”, quando nos criou.

Mas a realidade é que, apesar das aparências, a pornografia não tem nada a ver com isso. Um levantamento estatístico demonstrou que, de maneira completamente contrária ao sexo, para 76,07% das pessoas a pornografia deve ser considerada “ruim ou muito ruim” para a sociedade. E 72,56% dessas pessoas disseram que gostariam de parar de ver pornografia.

Pornografia é muito ruim para seu cérebro. É muito ruim para seu coração. É muito ruim para os relacionamentos. É muito ruim para quem faz parte dessa indústria. A verdade é que pornografia, de fato, é muito ruim.

A verdade a respeito de você mesmo

Olhando para a bondade de Deus, e olhando para os males da pornografia, podemos facilmente reconhecer nossa condição pecaminosa. Como Davi, podemos dizer: “conheço bem os meus erros, e o meu pecado está sempre diante de mim” (Sl 51.3).

Essa verdade fere. Talvez por isso a queiramos evitar, a todo custo.

No entanto, se olharmos para o texto de Efésios 6, veremos que a verdade faz parte da armadura de Deus. Ela é comparada a um cinturão, e é o primeiro daqueles elementos tão importantes que nos podem ajudar na luta contra o pecado.

A verdade nos expõe, mas é justamente isso de que precisamos. Quando reconhecemos quem somos, de maneira sincera, temos a oportunidade de reconhecer com mais clareza a grandeza do amor de Deus, que fez e faz de tudo para nos trazer de volta para si e para guiar-nos em seu caminho.

Lutero diz que os verdadeiros santos são “aqueles que veem seus defeitos, e entendem que não são o que devem e querem ser” (Obras Selecionadas, vol. 8). E é justamente para esses que Jesus veio.

O que você pode fazer?

Não tem jeito. O primeiro passo no caminho para a liberdade é deparar-se com a verdade. Traga seus pecados para a luz. Troque as mentiras pela verdade.

Primeiramente, confesse-os a Deus; ele é especialista em tratar nossas feridas, e quer sempre ouvir os seus filhos. Além disso, ele ama nos abençoar por meio de outras pessoas. Por isso, encorajo-o a compartilhar sua história com alguém. Na minha própria caminhada, isso foi fundamental, e eu tenho certeza de que pode ser na sua também. Se você precisa de motivação para isso, aqui está um pouquinho de como isso aconteceu em minha vida. E se você quer entender melhor como você pode fazer isso, aqui estão algumas dicas.

Siga junto aqui com a gente! Dê o primeiro passo na busca por liberdade, e compartilhe com todos os seus amigos, para que mais pessoas possam se juntar a essa luta!


Confira o próximo estudo da série:

Um chamado por justiça: pare de ver pornografia

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