A Bíblia é enfática ao tratar de pecados de natureza sexual. Diz que não se deve cometer adultério (Ex 20.14), cobiçar o cônjuge de outra pessoa (Ex 20.17), ter relações sexuais com prostitutas (1Co 6.15-16) ou envolver-se em qualquer tipo de imoralidade (1Co 6.18).

Falar sobre pecado pode ser uma maneira bastante eficiente de se terminar uma conversa com quem quer que seja. Talvez essa seja uma das razões que afastam as pessoas da leitura bíblica.

No entanto, apesar de ser um tema indigesto, a questão do pecado percorre toda a trama do texto bíblico, aflige todas as pessoas, e justifica a missão de salvação realizada por Jesus.

Falar em “pecados de natureza sexual”, por outro lado, pode até servir para despertar a atenção das pessoas. Afinal, por mais que sexualidade seja um tema amplamente e abertamente debatido pela sociedade do início do século XXI, para muitos ainda é um tabu – especialmente para aqueles que têm em seu vocabulário usual a palavra “pecado”.

Mas, diferentemente de um grande número de religiosos, a Bíblia não tem muitos problemas para falar sobre o assunto; e, na verdade, nas histórias de três de seus mais marcantes personagens, essa realidade é apresentada em detalhes.

Sansão

Sansão, por exemplo, tem sua história registrada nos capítulos 13 a 16 do livro bíblico de Juízes. Tornou-se muito conhecido por sua força, e por suas longas tranças.

Foi líder do povo de Israel por vinte anos, matou leões e milhares de homens com suas próprias mãos; e, mesmo tendo seus olhos perfurados e estando preso com correntes de bronze, foi capaz de derrubar um templo, causando assim a morte de mais alguns milhares de filisteus – povo inimigo dos israelitas.

Teve seu nome mencionado entre os “heróis da fé”, na lista que inclui ainda muitos outros “homens dos quais o mundo não era digno”(Hb 11.38).

Mas toda a sua força não foi suficiente para livrá-lo de pecados de natureza sexual.

Ao que tudo indica, decidiu casar-se com uma moça sem nem mesmo saber seu nome, somente porque sua aparência lhe atraiu, (Jz 14.1-3); teve relações sexuais com prostitutas (Jz 16.1), e perdia completamente seu autocontrole diante das chantagens emocionais das mulheres com quem se relacionou (Jz 14.16-17 e Jz 16.5-6;16-17). Por fim, em seu último casamento, desobedeceu de tal forma a vontade de Deus que foi por ele abandonado (Jz 16.20).

Davi

Davi, por sua vez, é frequentemente lembrado por sua memorável vitória em uma luta de vida ou morte contra o gigante Golias.

Mas ele fez muito mais do que isso: tinha especiais talentos artísticos, incluindo habilidades em música (1Sm 16.18,23), dança (2Sm 6.14) e poesia, sendo autor de grande parte dos Salmos, e foi rei de Israel por quarenta anos, conquistando importantes vitórias em guerra.

No entanto, algumas das principais batalhas que travou não foram contra inimigos vestidos com armaduras, e sim contra seu próprio desejo de ver mulheres despidas.

O registro bíblico é de que Davi tenha se casado com pelo menos oito mulheres (1Sm 18.272Sm 3.2-52Sm 11.27). E foi em sua relação com uma delas (Bate-Seba) que suas fraquezas ficaram mais expostas.

O evento consta no texto de 2 Samuel 11, que é um dos mais claros registros bíblicos sobre os impactos que a pornografia pode causar ao homem; afinal de contas, espiar Bate-Seba – até então uma mulher desconhecida para Davi – enquanto se banhava, foi apenas o início de uma sequência de fatos que culminaram o assassinato de seu marido.

Salomão

Com Bate-Seba, Davi teve um filho chamado Salomão. Ele também foi rei de Israel por quarenta anos (970-931 a.C.), expandindo o reino e alcançando grande prosperidade; realizou grandes feitos, como a construção do Templo de Jerusalém e de um exuberante palácio.

Ficou conhecido por sua sabedoria, sendo considerado o mais sábio de todos os homens (1Rs 4.31), e abordando em seus muitos escritos assuntos variados, desde botânica e zoologia (1Rs 4.33) até os temas mais profundos da filosofia, especialmente nos livros bíblicos de Provérbios e, possivelmente, Eclesiastes e Cântico dos Cânticos.

Porém, também cedeu aos caprichos de seus desejos sexuais, casando-se com muitas mulheres; de acordo com o testemunho das escrituras, teve setecentas esposas e trezentas concubinas (1Rs 11.3), e afastou-se de Deus (1Rs 11.6,9-10).

O que isso tem a ver com você?

As histórias desses três homens reforçam a compreensão de que a mensagem da Bíblia é relevante também para quem sofre com a pornografia, ou com outros pecados de natureza sexual.

Mostram que até mesmo os mais fortes, poderosos e sábios estão sujeitos a cair em tentação, e assim revelam a fraqueza, impotência e tolice humanas.

Também deixam claro que Deus se importa e leva a sério o que o homem faz com seus olhos e com suas mãos.

Mas, acima de tudo, aumentam em nós a certeza de que Deus está interessado no que se passa em seu coração.

Quando o coração do homem está voltado a buscar satisfação em coisas passageiras, como relacionamentos e atos sexuais, a frustração é garantida. Mas, quando a graça de Deus, em Jesus, se torna suficiente para o homem, seu coração é preenchido, e até mesmo suas fraquezas são redimidas e suas forças são renovadas (2Co 12.9).

O que você pode fazer?

Quando olhamos para o testemunho bíblico, é fácil compreender que ver pornografia é pecado, e que aflige até os maiores entre nós. Mas acima de tudo vemos Jesus, vencedor da maior de todas as batalhas. Na cruz, ele derrotou a morte, o diabo, e o pecado. Corra para ele, sempre que precisar de ajuda.

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