No Brasil, milhões de pessoas sofrem com a pornografia. São pessoas normais, que fazem parte de seu ambiente de trabalho, escola, igreja, família ou círculo de amizades. É provável que alguma delas, em algum momento, encontre confiança para se abrir com você. Nesse caso, o que fazer?

Antes de entrar em pânico, confira a seguir algumas sugestões práticas para ajudá-lo nesse desafio:

Acolha

Não é fácil tomar a decisão de se abrir com alguém sobre uma dificuldade que traz tanta vergonha. Essa pessoa deve ter pensado e relutado muitas vezes antes de falar com você. Possivelmente, você seja a “última chance” que a pessoa resolveu dar a si mesma. Dessa maneira, ela confiou a você o fardo e o privilégio de conhecer o coração dela.

Ao mesmo tempo, também é possível que você mesmo seja pego de surpresa. Afinal, nem sempre estamos completamente preparados para ouvir uma confissão como essa. Os ânimos podem ir à flor da pele.

Por isso, nesse primeiro momento, apenas respire fundo e acolha a pessoa que lhe pediu ajuda. Não tente oferecer uma solução imediata. Verifique se vocês têm um ambiente propício para conversarem e demonstre, com palavras e ações, que ela tem a sua atenção.

Incentive

Preste atenção: a pessoa que lhe pedir ajuda não deve e nem precisa ser humilhada. A verdade é que a culpa e a vergonha já fizeram isso por ela. Entenda: se ela pediu o seu auxílio, é porque já está ciente de que a pornografia é um mal, e, mais do que isso: um mal que não dá para se vencer sozinho.

Por isso, ao invés de falar coisas como: “que decepção, você realmente está com um problema gravíssimo”, você pode dizer: “que bom que você reconheceu esse problema, e teve coragem para pedir ajuda”.

Entenda a situação

Mais uma vez, não tente oferecer uma solução rápida. A pornografia é um problema que pode fazer parte da vida das pessoas nos mais diferentes contextos. Às vezes, ela serve como um escape, por ser um reflexo de memórias de uma situação de abuso. Ou então, ela pode ter sido erroneamente compreendida como um elemento saudável para gerar excitação e prazer, e acabou se tornando um vício. As origens desse mal são diversas, assim como as circunstâncias que o mantêm.

Por isso, procure compreender a situação específica da pessoa que lhe pediu ajuda. Dê ouvidos a ela, e ajude-a a também a se ouvir. Você não precisa saber sobre práticas sexuais ou categorias pornográficas que ela consome, mas é importante compreender o contexto.

Como ela teve contato com a pornografia? O que faz com que continue presa? Como ela se sente por causa disso? Existem outros elementos que agravam a situação? Essas são questões fundamentais, que lhe ajudarão a descobrir o tipo de ajuda que essa pessoa precisa.

Reconheça seus limites

Muito bem. Você acolheu, incentivou, e entendeu a situação da pessoa. E agora? Você é capaz de ajudar? Tem disponibilidade para isso?

Precisamos reconhecer nossos limites, e  talvez você conclua que o melhor seja redirecionar essa pessoa para alguém que tenha maior capacidade ou disponibilidade do que você.

Mas, se você entender que pode oferecer a ajuda que a pessoa lhe pediu, tenha certeza de expressar para ela quais são os seus limites.

Talvez você possa se encontrar com ela com determinada frequência, ou possa estar disponível para conversas eventuais. Talvez você tenha muita vontade de ajudar, mas ainda não se sinta completamente preparado para isso. Em qualquer ocasião, avalie suas possibilidades e diga a ela. Seja sincero consigo mesmo e, especialmente, com essa pessoa que precisa de auxílio. Juntos, vocês podem encontrar uma boa forma de realizar esse processo.

O que você pode fazer?

Neste texto, eu falei sobre os primeiros passos que devem ser dados para ajudar alguém que lhe peça ajuda para combater a pornografia. No próximo texto, vou sugerir outras 3 ações, que dão continuidade a esse processo.

Confira o próximo texto:

Pediram minha ajuda para lutar contra a pornografia! O que eu faço? (Parte 2)

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