Muitas pessoas entram em contato comigo, dizendo que não sabem o que podem fazer para vencer a pornografia, uma vez que têm desejos sexuais muito grandes.

E a verdade é que a grande maioria delas relata acessar conteúdo pornográfico para tentar satisfazer esses desejos, mas sua busca geralmente resulta em frustração e culpa.

Isso pode ter pelo menos duas explicações: sob uma perspectiva fisiológica e psicológica, a frustração se dá porque a pornografia simplesmente não é capaz de satisfazer os desejos de seu consumidor. Utilizando-se de uma comparação inusitada, mas esclarecedora, é como se essa pessoa procurasse matar sua enorme sede bebendo um copo de água do vaso sanitário [1]: ela pode até aliviar momentaneamente a sede, mas deixa na boca um gosto amargo e com certeza fará mal a quem bebe.

No entanto, sob um ponto de vista teológico, a compreensão é bem diferente. C. S. Lewis argumenta que “nossos desejos não são demasiadamente grandes, mas demasiadamente pequenos. Somos criaturas divididas, correndo atrás de álcool, sexo e ambições, desprezando a alegria infinita que se nos oferece, como uma criança ignorante que deseja continuar fazendo tortas de barro numa favela, porque não consegue imaginar o que significa um convite para passar as férias na praia. Contentamo-nos com muito pouco” [2].

Você se contenta com pouco?

Uma pessoa que consome conteúdo pornográfico não tem desejos grandes demais; na verdade, ela demonstra que não conhece a alegria infinita para que seus desejos apontam e, por isso, busca satisfação no lugar errado.

David White [3] argumenta ainda que esse não é em essência um problema relacionado à sexualidade; na verdade, é um problema relacionado a adoração. Afinal, buscar satisfação para anseios no lugar errado é como se curvar diante de um pedaço de madeira, que nada pode fazer para ajudar quem o idolatra (Is 45.20), ou como trocar a fonte da água da vida (Jo 4.13-14) por cisternas rachadas, que deixam vazar a água (Jr 2.13).

Por mais que o desejo sexual seja algo criado por Deus, a partir do momento em que ele se torna algo tão grandioso a ponto de consumir todo o tempo, talentos e tesouros das pessoas, ele se torna um ídolo; ou, como diria Lutero [4], aquilo a que uma pessoa prende seu coração se torna seu deus.

Paulo demonstrou as implicações dessa relação de idolatria no início de sua carta aos Romanos, quando disse que os seres humanos “sabem quem Deus é, mas não lhe dão a glória que ele merece e não lhe são agradecidos. Pelo contrário, os seus pensamentos se tornaram tolos, e a sua mente vazia está coberta de escuridão” (Rm 1.21). “Eles trocam a verdade sobre Deus pela mentira e adoram e servem as coisas que Deus criou, em vez de adorarem e servirem o próprio Criador” (Rm 1.25). Como resultado disso, “seus maus pensamentos” os levam a fazerem “o que não devem” – incluindo os pecados relacionados à imoralidade sexual (Rm 1.26-32).

No fim das contas, os ídolos consomem o coração humano e o desviam de Deus, mostrando assim que não podem responder satisfatoriamente aos anseios das pessoas. A pornografia não pode satisfazer você porque ela é como um ídolo: promete lhe preencher, mas não pode fazer isso porque ela mesma é algo vazio.

O que você pode fazer?

Nossos grandes desejos nos indicam que há algo maior do que nós, ou melhor, alguém maior do que nós, que é quem pode realmente nos satisfazer.

Precisamos buscar prazer e satisfação naquele que pode nos trazer a verdadeira alegria. A Bíblia diz: “é certo que você achará prazer no Todo-poderoso” (Jó 22.26); e diz também: “tenho prazer nos teus mandamentos; eu os amo” (Sl 119.47).

A Palavra de Deus nos traz prazer, pois nos revela quem Deus é de verdade: um Pai que nos ama, a ponto de por nós entregar seu Filho em sacrifício e nos abençoar com seu Espírito, para podermos viver a vontade e os mandamentos de Deus.

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Referências Bibliográficas:

  1. DRISCOLL, M. Porn-again christian. Seattle: Mars Hill Church, 2009.
  2. LEWIS, C. S. Peso de glória. São Paulo: Vida Nova, 1993.
  3. WHITE, D. Sexual sanity for men: small group resource. Greensboro: New Growth Press, 2012.
  4. LUTERO, M. Obras selecionadas, volume 5: ética: fundamentos, oração, sexualidade, educação, economia. Porto Alegre: Sinodal e Concórdia, 1995.