A morte sacrificial de Jesus é um dos grandes temas que definem a fé cristã. É uma compreensão que permeia toda a trama bíblica, e que também foi profundamente abordada pelo apóstolo Paulo em seus escritos.

Paulo diz que a morte de Jesus é o ápice da humilhação a que Jesus se sujeitou. Afinal, “ele tinha a natureza de Deus, (…) abriu mão de tudo o que era seu e tomou a natureza de servo, tornando-se assim igual aos seres humanos (…) ele foi humilde e obedeceu a Deus até a morte – morte de cruz” (Fp 2.6-8).

Ao mesmo tempo, a morte de Jesus é a forma como ele se revelou vitorioso; a Bíblia diz que “ele fez isso para que, por meio da sua morte, pudesse destruir o Diabo (…). E também para libertar os que foram escravos toda a sua vida por causa do medo da morte” (Hb 2.14-15). Paulo diz também que “nós éramos inimigos de Deus, mas ele nos tornou seus amigos por meio da morte do seu Filho” (Rm 5.10).

“Maravilhosa troca”

A razão para a eficácia da morte de Jesus está atrelada à compreensão de que é o pecado que traz a morte. Por isso, quando o inocente Jesus morre na cruz, ele dá ao pecador o presente da vida porque assume sobre si o pecado humano: “em Cristo não havia pecado. Mas Deus colocou sobre Cristo a culpa dos nossos pecados para que nós, em união com ele, vivamos de acordo com a vontade de Deus” (2Co 5.21).

É o que Martinho Lutero chamou de “maravilhosa troca”: “Jesus Cristo tomou nosso lugar. (…) Ele tomou sobre si todas as dívidas e culpas da humanidade para com Deus. Ele realizou essa satisfação que as pessoas não eram capazes de produzir por si” [1].

“Somos curados pelo castigo que ele sofreu”

De fato, para o ser humano, satisfazer plenamente sua dívida com Deus não é possível, como o próprio Jesus revela na passagem bíblica de Mateus 5.27-30 (ver também Mt 19.25-26).

E a noção de que a morte sacrificial de Jesus é o meio de salvação proposto por Deus já estava clara desde o Antigo Testamento: “era o nosso sofrimento que ele estava carregando, era a nossa dor que ele estava suportando”. “Ele estava sofrendo por causa dos nossos pecados (…). Nós somos curados pelo castigo que ele sofreu” (Is 53.4-5).

A morte de Jesus é a resposta de Deus ao sofrimento humano, porque é expressão plena da justiça e amor divinos e é o que permite a reconciliação entre criatura e Criador:

  • É expressão de justiça porque Deus não fez vista grossa ao fato grotesco e repulsivo que é a criatura dar as costas ao Criador – o pecado humano – e, portanto, “pelo sacrifício de Cristo, Deus mostra que é justo” (Rm 3.25-26).
  • É expressão de amor porque, ao invés de derramar o castigo do pecado sobre a criatura, o Criador o assume sobre si mesmo, na morte sacrificial do Filho, Jesus: “Deus mostrou o quanto nos ama: Cristo morreu por nós” (Rm 5.8).

Portanto, ao morrer pelo pecador, Jesus lhe confere perdão; Paulo diz que “Deus ofereceu Cristo como sacrifício para que, pela sua morte na cruz, Cristo se tornasse o meio de as pessoas receberem o perdão dos seus pecados, pela fé nele” (Rm 3.25-26). Assim, o perdão é o que reconcilia criatura e Criador, como diz Koehler [2]: “da parte de Deus, a reconciliação e o perdão dos pecados não são mera possibilidade, mas fato consumado, realidade objetiva, que não é afetada pela atitude pessoal do ser humano”.

O que você pode fazer?

São muitas as razões por que as pessoas sofrem, mas todas elas têm a mesma raiz: o pecado, que separa o homem de Deus, de si mesmo e do seu próximo.

A grande maravilha é que a resposta de Deus ao sofrimento humano se direciona tanto a sua causa quanto aos seus efeitos. À causa – o pecado – Deus responde com perdão. Aos efeitos, ele responde de formas variadas e, muitas vezes, os cristãos são chamados e enviados para ser a resposta de Deus (Ef 1.23).

O perdão é para você também. E o chamado é para você também! Para se colocar à disposição para ser instrumento de libertação, estendendo o perdão conferido por Jesus, auxiliando seu próximo a compreender que não há nada que possa ser adicionado ao que Jesus fez para obter o favor do Pai: “está consumado!” (Jo 19.30).

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Referências:

  1. ALTHAUS, P. A teologia de Martinho Lutero. Canoas: ULBRA, 2008, p.219.
  2. KOEHLER, E. Sumário da doutrina cristã. Porto Alegre: Concórdia Editora, 2002, p. 122.

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