“Não faço o bem que quero, mas justamente o mal que não quero fazer é que eu faço”. Essa frase poderia ser dita por qualquer um de nós, ao reconhecermos com honestidade a enorme distância que existe entre nossas intenções e nossas ações. E essa descrição de nossa realidade é muito precisa, pois revela as duas formas como o ser humano pode falhar: ao se omitir, e ao agir.

Pornografia e a omissão

Quando alguém passa por uma situação como o clímax sexual, seu cérebro é inundado por um turbilhão de substâncias que geram euforia, relaxamento, satisfação e despertam a atenção e a memória. É claro que essas sensações são desejáveis, mas, quando alcançadas com o uso de pornografia, trazem grandes prejuízos a relacionamentos, e mais diretamente ao próprio indivíduo que a consome. Usar pornografia desmantela a força de vontade e reduz a capacidade de se tomar decisões [1]. Apesar disso, justamente por causa das sensações cerebrais positivas, quanto mais se consome pornografia, mais difícil se torna parar de consumi-la [2] e, por isso, frequentemente esse uso se converte em um vício [3].

Se você se pergunta por que tantos adolescentes e homens jovens não conseguem engrenar em seus estudos, manter a constância em uma carreira, ou se tornar líderes eficazes em uma comunidade ou uma família, conheça os dados sobre o acesso a pornografia e tire suas próprias conclusões: de acordo com o relatório “The porn phenomenon” (o fenômeno da pornografia), de 2016, quase metade dos homens entre 18 e 24 anos acessa pornografia no mínimo uma ou duas vezes por mês – e esse número é referente àqueles que efetivamente buscam pornografia, e não àqueles que a recebem e veem sem a intenção inicial de fazê-lo. E 38% dos homens nessa faixa etária e 37% dos adolescentes entre 13 e 17 anos fazem o mesmo no mínimo uma vez por semana [2]. Essa busca incessante – que vicia e afeta o comportamento – destrói o potencial de muitos homens, tornando-os omissos, incapazes de fazer o bem que tanto desejam fazer.

Pornografia e a ação

Enquanto a intenção de alguém que acessa pornografia pode até ser despretensiosa, a maioria das pessoas não se dá conta de que essa ação – aparentemente algo privado e inofensivo – é causadora e influenciadora de grandes males em nossa sociedade. A pornografia contribui para a cultura do estuproé devastadora para quem a produz – especialmente para as mulheres –, movimenta uma economia de renda altíssima e prejuízos de valor ainda maior para a sociedade, e sua produção está relacionada de muitas formas ao tráfico de pessoas [4].

Excetuando-se casos de insanidade, nenhum ser humano de verdade deseja que esses males aconteçam a outras pessoas. No entanto, acessar pornografia mantém ativa e crescente a demanda pela produção de ainda mais pornografia, o que comprovadamente causa esses e outros impactos. Com isso, para quem consome pornografia fica muito claro: “o mal que não quero fazer é que eu faço”.

O que você pode fazer?

Não se omita, e aja com coragem! Compartilhe este texto, auxiliando a conscientizar mais pessoas sobre os males causados pela pornografia.


Referências:

  1. GILKERSON, Luke. Your brain on porn. Owosso: Covenant Eyes, 2014.
  2. BARNA. The porn phenomenon. California: Barna, 2016.
  3. COOPER, A., DELMONICO, D. e BURG, R. Cybersex users, abusers, and compulsives: new findings and implications. In: Sexual Addiction & Compulsivity 14, nº 2. 2007.
  4. PETERS, R., LEDERER, L. e KELLY, S. The slave and the porn star: sexual trafficking and pornography. In: Journal of Human Rights and Civil Society, Conteúdo 5. 2012.

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